Prof. Rodolpho Carbonari Sant’Anna

por Carlos Eduardo Costa (Caê)


Não é um “obituário”. Não conseguiria escrever, se fosse. Nem me sinto à altura de escrever um, se me fosse dada esta tarefa. De dados profissionais do professor Rodolpho Carbonari Sant’Anna apenas direi que entrou na Universidade Estadual de Londrina (UEL) em 01/03/1973  e se aposentou em 12/04/1995. Foi um dos pioneiros do curso na UEL. Um pouco dessa história é contada pela Profª. Drª Heloisa Helena Nunes Sant’Anna, com colaboração da Profª. Drª Dione de Rezende e do próprio Prof. Rodolpho Carbonari Sant’Anna no site do Departamento PGAC.

Foi meu professor quando cursei a graduação em Psicologia na UEL de 1989 a 1994. Duas disciplinas semestrais: uma em 1989 e outra em 1991. Entretanto, mais que professor, foi meu mestre! Iate_club_londrinaDigo isso porque, mais que sala de aula, o Rodolpho sentava e conversava comigo e alguns colegas (Silvia Murari esteve muito presente) no Iate Club de Londrina, à beira do lago Igapó (foto ao lado), bebendo cervejas nas noites quentes de primavera-verão e discutindo questões teórico-filosóficas do behaviorismo. No inverno, também.

Aprendi com ele, especialmente fora da sala de aula, muito sobre Skinner, o Behaviorismo Radical e algo sobre Wittgeinstein. O que não aprendi, foi por limitação minha.

Era um mestre à moda antiga. Não tinha um arsenal de livros e artigos (ou talvez os tivesse, mas não importava). Lia e relia amiúde os mesmos livros e artigos! Conhecia com profundidade, não com a pressa e, muitas vezes, a superficialidade de hoje. Foi um psicólogo que pensou, como ninguém, as semelhanças do pensamento de Skinner e (do segundo) Wittgeinstein (o do “Investigações Filosóficas”). Também reconhecia as diferenças. Parecia gostar mais de Wittgeinstein!

Rodolpho era um pensador original. Hoje, penso que entendeu e aplicou como ninguém alguns “conselhos” dados por Skinner no excelente artigo “A case history in scientific method“. Ele foi o primeiro que tentou me ensinar que o trabalho deve ser sério, os tralhadores não. O conhecimento deve ser alegre, porque liberta! Acho que aprendi muito mal esta lição.

Eu e a Profª. Drª. Silvia Cristiane Murari tivemos a honra e a responsabilidade de preparar uma homenagem ao professor Rodolpho na Jornada de Análise do Comportamento da UEL (24/07/2015) que também comemorou os 10 anos do programa de pós-graduação (mestrado) em Análise do Comportamento. Na ocasião, lembrei que foi o professor Rodolpho e sua esposa, a Profª Drª Heloísa Helena Nunes Sant’Anna, quem deram a aula inaugural do programa em 2005.

Tivemos pouco tempo para preparar a homenagem. Decidimos, logo de início, que faríamos uma apresentação no PowerPoint e que não devia ser triste. Não combinaria com o Rodolpho. Tinha de mostrar o Rodolpho aos que não o conheceram e trazer boas lembranças para quem o conheceu. E tinha de ter algo de alegre! Juntamos as fotos que tínhamos dele e com ele. Não eram muitas e não podia ser nada muito extenso. Era mesmo para ser algo pessoal, pensamos.

O vídeo com a homenagem

No vídeo abaixo, está a apresentação que fizemos para homenageá-lo.

Por ocasião de seu falecimento, publiquei um post no Facebook.

O professor Rodolpho não deixou um grande legado de escritos. Deixou um grande legado de profissionais bem formados e muitos amigos! E deixou saudade. Quanta saudade…

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